Aeração e espuma: bom para cerveja, ruim para óleo

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No campo da manutenção industrial e confiabilidade, podemos assumir que somos o tipo de pessoas que desfrutam de uma cerveja gelada na noite de sexta-feira, após uma semana de muito trabalho. Há um tempo, eu não gostava de muita espuma na minha cerveja, assim como muita gente. Depois de pesquisar mais, aprendi que a cerveja deve ter um pouco de espuma; isso melhora o gosto ao produzir diferentes aromas e perfis sabor que não existiriam em uma cerveja sem as bolhas de ar. A espuma também proporciona isolamento para manter a bebida mais fria por mais tempo. Em um óleo industrial, um pouco de ar no óleo é bastante comum. A espuma, entretanto, é geralmente um problema e não deve aparecer em seu óleo, pois pode levar a uma variedade de problemas diferentes e, ao contrário da cerveja, não tem propriedades de melhoria para o óleo.

Lidar com espuma é extremamente difícil. Ela pode levar a falsas leituras de nível de óleo e a uma diminuição geral do desempenho, o que pode fazer com que a máquina fique sem ar. Pequenas quantidades de espuma não são necessariamente prejudiciais, mas se não for monitorada, pode levar a falhas. A espuma é sempre um problema quando o nível de óleo não pode mais ser controlado ou quando a espuma está fazendo a lubrificação em vez do óleo em si.

Ar Livre

O ar livre é o ar comumente encontrado no headspace de um reservatório, mas também pode ficar preso em vários lugares dentro do sistema. Pode ser especialmente problemático em sistemas que dependem da pressão do fluido para operar (ex. um sistema hidráulico). Se as linhas de freio em seu carro ou caminhão tiverem algum ar livre retido, ele produzirá um pedal de freio esponjoso; a mesma lógica pode ser aplicada a um sistema hidráulico. Também pode levar à trava por vapor e restringir o movimento do fluido.

O ar livre é o ar que ainda não se misturou propriamente com o óleo. Este ar entra e sai do reservatório com bastante facilidade, através do respirador, da vedação ou mesmo de um vazamento de ar no reservatório. O ar livre é também o ar mais fácil de remover.

Ar Dissolvido

O ar dissolvido é muito comum na maioria dos óleos. Isto é, quando as bolhas de ar são microscópicas; elas não são detectáveis a olho nu. Uma coisa a se ressaltar sobre o ar dissolvido é que ele precisa ser desgaseificado antes de realizar qualquer contagem de partículas ópticas; ele pode causar uma leitura falsa. Níveis elevados de ar dissolvido também podem levar a um aumento da taxa de oxidação.

Ar Preso

De modo geral, este é o pior cenário possível. Você saberá quando houver ar preso no óleo: o óleo parecerá muito leitoso e descolorido. Isto ocorre com a presença de pequenas bolhas de ar suspensas em todo o fluido. Estas bolhas levam muito tempo para subir à superfície e produzem um óleo que é mais espumoso. O ar enterrado pode levar a cavitação, degradação e muitos outros problemas graves.

Espuma

A espuma é geralmente causada por abastecimento excessivo, propriedades de manuseio de ar danificadas, contaminação ou problemas mecânicos. Referindo-se à analogia do óleo automotivo, se você encher o tanque de óleo em excesso em um motor, ele se tornará espumoso, colocando pressão excessiva sobre o virabrequim e levando a problemas maiores e mais prejudiciais.

Há algumas maneiras de excluir, remover e tentar impedir a entrada de ar em nossos óleos industriais. A maioria dos óleos de qualidade, hoje em dia, terá algum tipo de aditivo antiespumante. Os aditivos de silicone e copolímeros de acrilato são tipos comuns de antiespumantes (não há incompatibilidades entre os dois, se você estiver se perguntando). Entretanto, os copolímeros de acrilato são bastante sensíveis a certos contaminantes polares, tornando-os um pouco menos eficazes após um determinado período.

Quanto à remoção, realmente depende da fonte de entrada do ar. Na maioria das vezes, se a entrada for suficientemente agressiva, pode indicar uma configuração inadequada da máquina. A seguir são causas comuns da entrada de ar:

  • A linha de retorno estar acima do nível do óleo (causando respingos e o aprisionamento desse ar)
  • Reservatório muito pequeno
  • Nível de óleo inadequado nas caixas de câmbio

Além dos aditivos e da instalação adequada, existem métodos mecânicos para controlar o ar em nosso óleo, tais como defletores, difusores e telas metálicas nas linhas de retorno. Muitas vezes ensinamos em nossas aulas para manter um olho afiado na A.C.A.M. (Água, Calor, Ar e Metais Catalisadores). Se formos capazes de controlar o ar aprisionado, muitas vezes conseguimos controlar os problemas de espuma. Tentar manter o óleo saudável e minimizar a turbulência no reservatório são fatores fundamentais que devem ser analisados sempre que houver um problema de espuma.


Por Noria Corporation. Traduzido pela equipe técnica da Noria Brasil. 

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