Por Que e Como Obter uma Certificação MLE

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Quando o International Council for Machinery Lubrication (ICML) introduziu sua nova certificação Engenheiro de Lubrificação de Máquinas (MLE) no ano passado, era esperado o interesse daqueles indivíduos que procuravam gerenciar programas de lubrificação completos. Entretanto, embora o campo de aplicação do MLE esteja além das outras certificações da organização, profissionais de todas as especialidades têm realizado o teste.

A certificação de nível de engenharia e de gestão, que visa a confiabilidade e os líderes de ativos com forte ênfase em lubrificação e análise de óleo, abrange um conjunto de conhecimentos extensos, em 24 partes, derivado de um vasto domínio de recursos. O comitê de 35 especialistas do ICML pesquisou, escreveu e analisou perguntas durante vários anos para produzir um exame de 150 perguntas. Em vez de uma continuação dos níveis de Analista de Lubrificantes de Máquinas (MLA) ou Técnico de Lubrificação de Máquinas (MLT), o MLE é uma certificação autônoma que foi desenvolvida propositadamente junto com o novo padrão ICML 55 para gestão de ativos lubrificados. Ainda assim, ele se beneficia das experiências do MLA e MLT.

Como a MLE não tem nenhuma exigência de treinamento formal, a maioria dos candidatos em 2019 se prepararam para a prova da forma que consideraram necessária. Vários instrutores independentes realizaram ou estão atualmente desenvolvendo cursos opcionais de preparação para auxiliar na certificação.

Agora que os profissionais de todo o mundo já se sentaram para o exame durante a maior parte de um ano, os candidatos em potencial podem estar curiosos sobre o que esses primeiros adeptos do MLE pensam sobre a experiência. Portanto, o ICML entrou em contato com as pessoas que já fizeram o exame e fez algumas perguntas.

Por que aprender MLE?

Não surpreende que os candidatos a Engenheiro de Lubrificação de Máquinas quisessem ser certificados pelas mesmas razões de crescimento pessoal e profissional que atraem profissionais para as certificações MLA, MLT e Analista de Laboratório de Lubrificantes (LLA I). Vários entrevistados realizaram a prova MLE como um meio de avaliar seus pontos fracos de conhecimento, ao mesmo tempo em que antecipavam que a certificação estabeleceria credibilidade com seus clientes.

Pathiri Sampath, um técnico sênior de monitoramento de condições na Qatargas Operating Co., reconheceu que ele fez a prova para autoavaliação pessoal e para refinar, atualizar e avaliar seus conhecimentos de tribologia.

“Ainda tenho um longo caminho a percorrer para compreender profundamente as soluções primárias e corretivas”, disse Sampath.

Wojciech Majka, presidente e CEO da Ecol e da Ecol América do Norte, viu a MLE como um meio de medir e estabelecer sua compreensão dos conhecimentos relevantes da indústria.

“Eu sinto a necessidade de estar atualizado com os mais recentes padrões e conceitos do setor”, explicou Majka.

Certamente, permanecer bem-informado é um desafio contínuo. Com sete anos no ramo de lubrificação, José Camilo Valest Sandoval, engenheiro de suporte técnico da Tritech, tenta se manter atualizado com a ciência da lubrificação por meio da leitura, pesquisa e experiências de trabalho, mas isso nem sempre é suficiente.

“Precisamos de uma entidade para certificar esse conhecimento, e encontrei uma maneira melhor no ICML e sua certificação”, acrescentou Sandoval.

Nnamdi Achebe, engenheiro-chefe da Petrosave Integrated Services, concordou.

“Eu precisava fazer a prova MLE para colocar uma etiqueta de valor no meu nível de experiência, conhecimento, competências e profissionalismo que eu trago para meu trabalho diário”, disse Achebe, que tem mais de 25 anos de experiência trabalhando com máquinas lubrificadas. Ele também observou que este valor é conferido pelo status do ICML como uma plataforma globalmente aceita, reconhecida e respeitada pelos principais fabricantes de lubrificantes e equipamentos.

Nurudin Bn Mochamad Djamil, especialista técnico da Pertamina Lubricants, achou que o MLE seria uma ótima maneira de aumentar sua confiança como líder.

“Ao ter a certificação MLE, sinto-me confiante para liderar um excelente programa de lubrificação e melhoria, para alcançar excelente confiabilidade nas instalações da minha empresa e para ajudar bem nossos clientes”, disse ele.

Estabelecer credibilidade é um benefício comum de todas as certificações ICML, mas o amplo espectro do MLE leva isto a um outro nível. Sua grade acomoda o conhecimento e a experiência acumulados de uma forma que outras certificações não fazem. Esse conhecimento e especialidade só podem ser obtidos apor meio da experiência prática. Este fato não se perde nos candidatos que administram programas de lubrificação.

“Tenho trabalhado na indústria de manutenção de confiabilidade por mais de 15 anos, e durante esse tempo continuei a aprender o máximo possível sobre a manutenção da função dos ativos industriais e sistemas operacionais”, disse Gabriel Delgado, instrutor técnico sênior da Freeport McMoran. “O MLE foi uma oportunidade dentro de uma grade de conhecimento em lubrificação e gestão de ativos para demonstrar minhas habilidades aprendidas através da certificação”.

Nathan Thomas, engenheiro de confiabilidade de manutenção da Oxy USA, concordou, apresentando sua opinião sobre a vasta experiência que o MLE oferece à longo prazo.

“O objetivo geral do engenheiro de instalações industriais é maximizar o retorno sobre o patrimônio, otimizando cada etapa do ciclo de vida do berço à cova”, acrescentou Thomas. “Mas outras certificações de lubrificação disponíveis hoje tendem a focar nos conhecimentos e habilidades de técnicos, analistas e especialistas em lubrificantes”. A MLE é a única certificação de lubrificação da indústria criada especificamente para testar o conhecimento e a experiência dos engenheiros a respeito de gestão de ativos”.

Os instrutores independentes também têm bons motivos para estar interessados em obter a certificação MLE. Faz sentido para eles se familiarizarem com a experiência da prova, pois consideram desenvolver cursos opcionais de preparação para futuros candidatos. De fato, o ICML exige que qualquer instrutor que conduza uma aula preparatória para o MLE obtenha primeiro a certificação em questão.

Como se preparar para a prova?

A preparação para a prova de MLE passou de meses de leitura a nada. Sem treinamento formal oferecido durante a maior parte de 2019, os candidatos do ano passado foram forçados a se preparar através de qualquer combinação de autoaprendizagem, experiência de trabalho e entusiasmo. Para ajudar, o ICML forneceu a grade do MLE on-line e cruzou cada seção com materiais de recursos e links no portal.

É claro que cada candidato é único, portanto, não há uma maneira melhor em particular de se preparar. Os indivíduos que passaram pouco ou nenhum tempo estudando para a prova tendem a ser aqueles com anos trabalhando no campo como instrutores ou engenheiros de confiabilidade com múltiplas certificações. Seu sucesso ressalta a percepção geral entre os entrevistados de que a experiência de trabalho oferece uma vantagem sobre uma formação estritamente acadêmica. Na verdade, o ICML exige que os candidatos à MLE tenham pelo menos cinco anos de ensino pós-secundário ou treinamento no trabalho.

“De certa forma, estou constantemente me preparando, desempenhando minhas funções”, observou Delgado sobre o valor da experiência no que diz respeito à preparação para provas de certificações.

Outros profissionais experientes decidiram usar a grade de conhecimentos da MLE como uma forma de refrescar a memória. Rüdiger Krethe, diretor administrativo da OilDoc, e Brad Owen, um especialista em fluidos e lubrificação da Cameco, eram dois desses candidatos.

“Eu verifiquei a grade para ver onde poderia melhorar, me preparei e fui para a prova”, disse Krethe.

A experiência de Owen foi semelhante: “Revi o material que ia cair na prova no site do ICML, e as áreas onde achei que poderia melhorar e procurei recursos adicionais na Internet”, explicou ele.

Além de explorar tanto a grade de conhecimento quanto as referências, alguns candidatos também revisaram suas próprias anotações e trabalhos suplementares de aulas e conferências de treinamento anteriores. Como Krethe e Owen, eles tenderam a se concentrar em suas áreas mais fracas. Outros compraram e leram o novo padrão ICML 55.1, que foi desenvolvido em conjunto com as referências do MLE.

Quanto à intensidade e duração da preparação, isto dependerá de cada candidato individualmente. Achebe leu uma série de artigos técnicos. Majka afirmou que ele levou uma semana para se preparar, enquanto Sandoval estudou sozinho por dois meses. Sampath desenvolveu um sistema de estudo rigoroso.

“Três a quatro meses de estudo diário durante três a quatro horas e leitura de muitos artigos do MachineryLubrication.com, minhas anotações de treinamento da Noria e o livro Maintenance and Reliability Best Practices, de Ramesh Gulati, ajudaram muito”, disse ele.

Thomas também se beneficiou de um hábito regular de ler livros focados em lubrificação e confiabilidade escritos por Gulati, Heinz Bloch e Ricky Smith. Ele até revisou as questões de um simulado que recebeu como parte de suas aulas de treinamento em Lubrificação de Máquinas e Análise de Óleo em 2014.

Para o dia da prova propriamente dito, Achebe ofereceu algumas dicas de preparação de última hora.

“Na noite anterior ao dia da prova, apesar da ansiedade, fiz questão de dormir por oito horas”, disse ele. “Cheguei ao local da prova uma hora antes do início para que eu pudesse ter 45 minutos para rever minhas anotações. Em seguida, reservei um tempo para uma meditação silenciosa em oração a Deus. Evitei o café naquela manhã e me certifiquei de esvaziar minha bexiga pouco antes do início da prova. São detalhes muito pequenos, mas que realmente contam”.

Qualquer um que já tenha passado por uma prova de quatro horas sabe que os conselhos do Achebe são valiosos.


Por Noria Corporation. Traduzido pela equipe técnica da Noria Brasil.

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